Livro Autoral

Conteúdo do livro: "Contos de Quem Sabe Quem" é uma estória de ficção, com abordagem codificada por símbolos da cultura mundial, por exemplo, a cor vermelha da virgindade rompida, o lado oeste dos mortos, seres totênicos (mistura de animais). Este Livro é recheado de passagens decifráveis através do cálculo imagético, ou seja, da lógica do que leva Quem (o leitor) a um espaço sem tempo (sua alma). Um livro interativo, onde o leitor atravessa alguns intervalos levado por sua própria adaptação, como vemos no capítulo repleto pela palavra “parágrafos”. Se trata de uma literatura mista, ora narrativa, ora intimista, ora lúdica, ora realista, repleta de segredos por traz das letras, que de forma fantástica leva o leitor a um mundo de fantasia, da musicalidade das frases aos estudos profundos sobre as abordagens do ser humano e suas vontades mais secretas, sentidas além da compreensão. A cada linha que se segue, um estalo de consciência é tomado por intenso desejo de continuar percorrendo o caminho da Busca incessante por um lugar desconhecido.
Quando vislumbramos o que está por vir e produzimos a ponte que nos leva até a próxima fase é porque tivemos sonhos e isto nunca vai deixar de mover o ser humano. Por isto, “Contos de Quem Sabe Quem” é de um teor profundo, intuitivo e real, para aqueles que querem ir além das fronteiras do conhecido e datado. A cada nova leitura, uma nova descoberta, porque quem conta a estória não é o autor e sim quem o leva a escrever.
Poderíamos comparar “Contos de Quem Sabe Quem” com inúmeras obras pelo simples fato do que move todos escritores: o indecifrável espectro humano e suas inúmeras passagens sedentas e contidas. No entanto, a comparação é cessada quando uma nova linguagem consegue expressar os anseios da sua época tornando-se sinônimo ativo e revolucionário, e o transbordo está em “Contos de Quem Sabe Quem” de Daniela Marin.


Capitulo 1


Texto e Ilustração de Daniela Marin
Frio     muito frio


Lânguido era o olhar da moça quando caminhava por uma estreita estrada fria, e escorregadia, ela corria ,os pingos grossos da neve misturados a nevoa escureciam outros dois caminhos de um pé só cada um... por onde ir, pensava ela, e neste tempo trêmula das mãos ela com olhar trancado decide ir pelo da esquerda não por opção mas por assim escorregar na estreita estrada e cair como que num desvio de coluna ao caminho mascarado por verde de baixo. Ela parou e podia voltar, mas porque não? Ali sentiu o ar denso e a respiração lenta , assim caiu... e ficou com a cabeça no meio da encruzilhada, entre a estreita estrada e os dois caminhos de um pé só... foi quando um ser de uma cabeça e algo que pulava subiu em cima do corpo já cheio de limo e disse: eu tenho 10 minutos para te levar sua grandalhona , então trate de congelar logo para eu te enfiar no meu saco que estica e te puxar até a estrada de lá onde fica a cidade do onde ninguém conhece. Vou ficar aqui contando para passar mais rápido, ummmmmilhão de segundos! Passou! Vamos que temos pouco tempo até você esquentar... Plifs, aqui é que você vai ficar e nem vai se lembrar de onde caiu...blatifadimenticon org gitamomlabatao tiscafit mim mim mim ráaaaa Uma vez e duas vezes e três vêzes! Acorde!

Capitulo 2

Texto e ilustração de Daniela Marin




Pilindacamodaloooo, pilindacamodalooo cantava o serzinho de uma cabeça que pulava com mais algumas flores que batiam entre si um som delicado e inocente quando a criatura grande dentro do saco acordou. Ops disse ela ao abrir os olhos. Hum, hum isto tem cheiro de gengibre, quem está fazendo? E as formigas disseram, lalará gengibre vem de lá! Apontando todas numa caminhada só para o oeste, e ao virar-se para observar o horizonte, uma luz negra muito forte bateu triste no coração de dentro do bum bate que bum.
Nem pense em ir lá moça bonita disse o serzinho.  Nem pense, nem pense. Quanto mais a vontade mais o buraquinho aí de cima perde a luz do dia... e eu não vou te carregar de novo! Não vou não, não não não. As flores em coro afirmavam: Cresce mais um pouquinho e saberá apreciar o que lhe entra pelas narinas! Nada pode ser tão ardente quanto a beleza das flores!
Foi quando por um estalo de relâmpago ela pensou: raiz, debaixo da terra vem o gengibre...será isto? E como as batidas do relógio um apito começou a funcionar na sua cabeça. Ai, ai, ai, pare com isto! Será isto? Pare com isto! Será isto? Pare com isto! Isto arrde, eu tenho sede! De repente tudo tudo ficou negro e ela entrou num espaço onde não tinha absolutamente nada, era um vácuo total, apenas existia um planeta de gengibre cheio de raízes menores por onde ela se agarrou e começou a subir como que numa corda até sua base.
Ao chegar na circunferência toda arredondada e muito escorregadia, era difícil ficar de pé, foi aí que ela descobriu as mãos, no entanto nada adiantavam porque era muito muito escorregadio e rapidinho se via agarrada em outra pequena raiz, bastou algumas três vezes para ela na última, sem saber, escorregar de vez para o espaço sem tempo... e outro estalo lhe veio: Aquela raiz estava lisa, de certo chorou porque não cresceu...Não quero esperar, não quero esperar dizia incessantemente. Daí uma pedra caiu em cima da sua parte do meio e a fez ficar presa entre outras duas pedras num banco de areia. Veio de novo o serzinho verde pulando em cima da pedra do meio e disse: pilirinlapadulum metia besta de fiz mais um, cala boca menina suja, correu até onde não podia, eu disse, eu disse, e agora de novo estou aqui pra te levar, mas como se presa está? Pode me ajudar e usar esta sua cabeça oca? Ela olhava para ele e não conseguia pensar em nada...e ele continuando falava: Eu te disse, eu te disse, seu buraco de cima está opaco como esta areia e agora nem mais cabe lhe mostrar, haverá de se perder para se achar, procure láaaa dentro e quem sabe possa encontrar a chave! Procure, procure, daqui é muito pesado te levar. 
Escrito em 13/06/2009

Capitulo 3

Texto e Ilustração Daniela Marin

Ao derramar algumas lágrimas e soluçar, quase sem vida recebeu um cutucão na espinha direita de um tatu de meio tamanho , listras no casco e orelhas pequenas e pontudas. Já vi tudo! Disse ele, bloquearam minha saída, agora vou ter trabalho dobrado para gastar minhas unhas, bem mais rápido do que o habitual, vou ter que cavar para não me dar mal, estou com goteiras! Acredite nisto! Acredite nisto! E virando-se para menina completou: Então é você o vaso sem nó que esta obstruindo a minha entrada e furando minha casa com água! Pois vou te tirar daqui para me livrar da sua costela amassada. Não quero nem saber, a senhora vai sair daqui nem que caia mais até onde não pare por um segundo. Ai ai ai, dizia a menina, isto faz cócegas, hahahaha, hahahaha, hahaha, não sei mais o que é pior, a dor da pedra na barriga, ou a dor na barriga porque não consigo respirar! Aaaaaaaaaa. Assim foi o grito quando a menina caiu num buraco sem fim e ficou lá durante um página de parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos parágrafos e isto durou leitor, o quanto você puder imaginar, eu convidaria um silêncio para poder entrar nesta história incolor de tom... vamos dizer assim...um tanto quando versátil para aprofundar camadas de algo que possa surgir! Tcham.
Tcham? Que isto? Um capítulo a parte, que também, está livre para interpretações...pois é, a menina cresceu e o vermelho se deu...deu bem, bem gostoso como uma amora gigante, como tudo se transforma quando se passa, portanto, gigante, muito gigante era esta amora e roxa. Também, vamos considerar, ela caiu de uma página de parágrafos, há de se ficar roxa em alguma das partes, que morrem, se dilatam, e não voltam ser as mesmas.  Deixando de blábláblá, a menina, agora, moça, procurava seu amigo verde neste lugar sem linha, e murmurava: Ei! Como faço para sair daqui? Parece que piso na terra, mas não sinto cheiro de flores , tampouco está tudo vazio,  ai! Gritou ela, ao sentir algo arranhando suas costas. Eu sou o que você procurava lady? Meu nome é Marcopolo, um pêlo em gente, com garras de águia e olho de cobra, mas não tenha medo, pode pisar nos meus pés para não sugar os seus nesta terra velha e seca. Eu te levo para mais além onde possa ver do alto, a concha em que se encontra, para sentir o medo de onde possa começar um vôo, daqui... não vai a lugar nenhum! Não tenha medo, eu sou pêlo, pegue, se agarre e segure firme porque vamos correr no vento sem fio e pular um salto de mola tão forte quando seus dentes de agora! Ela, sem outra opção, agarrou-se nos pêlos com muita força e Marcopolo voou correndo poeira afora, ao chegar em velocidade num breve orifício  pulou em uma folha enorme para alavancar e se segurar em outra rocha, escalou um grande penhasco com a moça nas costas e entrou numa rocha, lá ele pegou um elevador com um pescoço girafa até a parte do topo e assim a largou. Ela desceu e ele saiu rastejando rapidamente para uma árvore. Então correu atrás dele.  Você vai me deixar aqui? Oh! O que é isto? . Ele respondeu, te deixo onde quer ficar, eu vou continuar minha viagem, mas para isto estou recarregando as baterias, preciso esfregar bastante... Você ficou muito tempo grudada.  Ah tá, posso te ajudar como agradecimento? Perguntou ela. E ele disse, sim...empresta sua saliva? Devolvo em dobro! Ao dar para ele, ficou sufocada com um mastro grudado à sua fala e então...isto merece mais uma página de parágrafos? Hum... vamos lá, ela não deu tanta sorte assim, há sempre algo para romper com uma união sagrada de mestiços. Um simples toque de um dedo em sua amora gigante rocha fez com que seu sangue ficasse todo branco e o pêlo em gente fosse para seu lugar de principio, no topo da árvore, escondido e acuado. O dono do dedo, mais uma vez, aquele que vem para salvar, o serzinho verde, que já não era mais verde e pequeno, era um belo homem, sem pêlo, dourado e cintilante.

Capitulo 4 
Texto e Ilustração Daniela Marin
Tocou- lhe o ombro direito e Marcopolo ao notar sua sombra subiu como num piscar de olhos até o topo da árvore. Dali ficou olhando a cena toda...Uma porta minúscula se abriu de uma raiz exposta da árvore, e o ser verde que agora já é um anjo falou para a garota. – Olhe para esta porta, o que vê? Alguns segundos e, - eu não vejo nada a não ser a luz, meu olho está ardendo muito. Então olhe para cima, disse ele. Daí um pingo, dois pingos e três pingos do xixi de Marcopolo resolveu o problema. Ufa! Me sinto muito melhor, agora enxergo. O que era aquilo? E o anjo desapareceu. Uma tartaruga pequena veio chegando perto, cantando uma música melosa e um pouco aguada, era assim: garganta, aaaa, garganta, esta que vai até o fundo do pote, despeja o doce, meleca e sacode um pin pin de quem quer gritar! E eu tão pouco faço escutar, sou tartaruga e sei esperar...Sai da frente menina, eu quero passar, me dá espaço que aqui não tem lugar para duas, a hora é certa, está marcada, se não quer, tem gente que vai, então sai da frente e abre passagem, garota.
Nossa, quanta gentileza, não sabia que um ser tão pacato...
Passo por cima sim! Sai da frente – disse a tartaruga.
Gargalhadas cortam o diálogo, Marcopolo de soslaio.
Você está aí Marcopolo? Porque não disse?
Não disse o que? O que quer saber vá e pergunte! Te trouxe até aqui.  Agora você tem que escolher, ser a senhora do lugar nenhum ou o lugar nenhum de todas as senhoras, ah! Tenha paciência, não sou babá de uma garota do seu tamanho! Se vira! Já te dei carona não dei? Quer mais o que?
Quero conhecer este lugar, você pode me mostrar?
Hum, pensou ele. E o que ganho com isto? Uma gargalhada? Não...meu lugar não é aqui, se quiser, eu te levo, mas em troca quero seu nariz eternamente pra mim.
Meu nariz? Por que?
Se não conhece o lugar, não tem que saber isto também, sua curiosidade pode te matar, mas pense, nada como uma viagem longa... se quiser pode ficar aqui com a tartaruga, aliás, ela já está entrando na raiz feita de porta...
Meu nariz! A,a,a,- suspiro fundo...Acho que – titubiando respondeu. Não sei o que seria sem meu nariz, vou esperar alguém chegar e você vai ficar aí parado? Não ia embora? O que está acontecendo com sua cabeça?
Fumaça saia e vermelha quase explodia, Marcopolo se irou, não convenceu.

Capitulo 5
Texto e Ilustração Daniela Marin
Oras, ela não se rendeu e o viu ir além para onde ela não enxergava mais. Ficou ali sozinha sem fim nem começo feito um buraco negro, não aquele caído atrás por uns capítulos, este não era de passagem, era uma condição não tão adicional, era além, marginal, particular e irracional. Ela agiria pelo instinto, pela fome, pelo frio, pelo calor, pelo que lhe havia de sede ou de dor, coisa esta ultima já esquecida porque estava feito galho sem folha, lisinha de tudo que a pudesse proteger...então descalça foi em direção à montanha, lá havia algo no meio das árvores, parecia uma casa, um refúgio, uma arte no meio daquela terra seca que se encontrava, andou pouco mais de um metro, isto mesmo, pouco mais de um metro quando pisou em uma pequena flor, escondida no árido caminho, ela tinha um espinho que fincou na planta do pé e subiu o veneno pela menina adentro, pois bem, antes mesmo de pensar, lá estava ela de novo, sonâmbula entre parafusos a menos, numa viagem eloqüente, multicolorida em um plano vigente sem transmissão terrestre.
Oká, disse um gigante plasmático de cabeça estratosférica iguais das mãos ambulantes penduradas em um pulso fino, milimetricamente veioso. Segure-se aqui no câmbio de aço, é fino mas não se parte em pedaços, este é o lugar em que se encontra, pendurada no espaço não há chance para acordar, não escorregue, este fio tem óleo, qualquer coisa morda, mas não largue menina!
Ela então mordeu o punho do gigante que cabia em sua boca. Uma luz azul encheu tudo o que via, ou melhor, o que não via, porque de fato não existia, e ela congelou, ali grudada no punho entre dentes até que...

Capitulo 6
Texto e Ilustração Daniela Marin

;muito tempo se passou, ela parada ali ficou, em estado de sonambulismo, se sentia uma torta amassada, não servia pra nada senão entortar e desandar para qualquer caminho. Já não era tempo. Não iria para lugar nenhum. Mal sabia onde estava. Ficou tonta de tudo e esmagou o medo com a ponta do dedo. Onde estou, perguntou.
É aqui mesmo, uma voz respondeu. Era uma voz de uma velhinha, ela não via mas imaginava, de cabelo médio, liso e branco, altura de médio pra baixa e um vestido destes tipo de feira com uma sandália de couro e uma bolsa grande que não tinha nada dentro. Mas como ela sabia disto? Pensava...
Ok senhora, eu vou para onde ?
Então a senhora deu com os ombros e puf! sumiu, como uma bombinha mágica, como uma fada sem graça que só apareceu para dar resposta nenhuma. Ficou ali parada, inerte e com oco no peito.
Ó! Vejo que está perdida. Sim, sou eu mesmo, a autora deste livro que fala com você, menina.
Ei, ela olhou para fora, entre as páginas batidas, que voavam como para ventilar a idéia e dar uma saída!
De lá, de lá da porta, ache um papel dourado, é pequeno, mas serve...dobre ele duas vezes e enfie entre seus dentes, até doer, assim que sangrar, corte o papel e com este pedaço jogue para o vento, siga, é para lá que deve ir...para onde o papel mandar.
A menina prestou atenção...é bom que prestasse, caso contrário tudo isto acabaria no Capitulo 5.
Os verbos já estão começando a inozar uns nos outros, dar nós...e quando isto acontece, é normal ficar sem saber para onde ir...portanto, mãos a obra, vamos em frente, a vida continua! Menina, pule! Pule a página!


Capitulo 7
Texto e Ilustração Daniela Marin


Ufa! Cheguei, senti minhas pernas e agora posso saltar, mais alto do que uma onda do mar. Este sim é um novo começo, estou livre, estou solta.
Que sensação mais alcachofra! Me abro toda em pétalas e sinto fofo dentro de mim o recheio, um creme novo para saborear. Hum que delicia de vida, que delicia de ar. Estou roxinha de tanto tempo parada, mas agora hei de navegar, com minhas pétalas de pernas. Assim foi, num salto direto para o mar, entro em águas frias, mistas, sentido todo o entorno, aproveitando a sadia prestação da ruína dos seus medos e ameaças. Agora o tempo moveria suas escolhas e estas estariam a deriva de algo maior, a maré.
A noite chegou e ela encolhida dentro da sua flor se protegeu, sentia na pele um geladinho toque que suave passava.
Apareceu um peixe, pequeno, de escamas coloridas e um olho de cada cor, vesgo do direito, por isto não calculava muito bem e disse. Num salto, disse quando voava. Caramba que menina linda, para onde vai tão bela rapariga, se eu sou você me sinto cria, aqui pode ser comida, mas eu bem me aconchegaria num canto qualquer ai com um pouco de água só para fazer cócegas em suas partes! Oioioi, que cuuuoisaaa mais gostosa, mui bela a senhorita, me deitou com as escamas saltas! E continuou pulando para lá e para cá. Ela dava risada e observada o movimento de tão engraçado peixe. Qual seu nome? Ele respondeu, eu? Eu? Eu me chamo eu mesmo, que pergunta mais dificil! Sou um peixe oras, como todos aqui. Por que? Eu deveria ter um nome ? Nunca me perguntaram isto. E você? Você tem isto ? Ela pensou, pensou...e...Eu não me lembro mais, respondeu levando um susto consigo mesma. Ahahahaha, eu não me lembro, deixa eu refrescar a cabeça, num estalo enfiou a cabeça na água gelada. É, eu não me lembro, e agora ? Ele então indagou...Eu devo rir ou ficar com cara de...com a minha cara ? Não consigo piscar!!!
Hum, eu também não me importo, estou em um mundo diferente e quer saber mais ? Meu nome virá...lá do fundo do mar! No fim deste caminho, quando esta viagem acabar, e o senhor eu vou chamar de Chapéu, pode ser ? Chapéu porque me deu uma ideia.

Capitulo 8
Texto e Ilustração Daniela Marin


Sobe desce sobe desce sobre desce
...
Sobe desce sobe desce e ela dizia, ei, este é um caminho de onde não posso voltar, aqui a escada tanto é pra cima quando pro ar, se eu não conseguir levantar, corro o risco de me estabacar de novo, no mesmo lugar, a cabeça chata, deixa de ser teimosa, vamos, ande menina, saia do lugar, e aquilo a agitada cada vez mais, dia a dia e então um forte vento balançou as árvores e que diziam váaaa, váaaaa, váaaaa, ela olhou e seguiu o lado das folhas até porque seu corpo já tão magro não aguentava segurar o forte balanço do ar, então ela caiu e a poeira subiu, não viu mais nada além de pernas com sapatos grandes de couro e bico fino, era um homem também de estatura igual com pernas feito paus que disse: venha menina, pegue nas minhas tornozelas que vai voar para fora desta névoa...E assim foi, ela voou para rumo sem fim de um céu azul cortando nuvens em uma velocidade alta. Quando conseguiu abrir os olhos, estava lá em cima, sentindo o cabelo do homem bater em suas bochechas rosadas, sim ele era cabeludo, de cor dourada e fazia um chiado entre os dentes como uma turbina de avião. Ela olhou para baixo e viu muitas casinhas coloridas e pessoas feito formigas, viu o mar e toda imensidão debaixo de sua barriga lisa e magra de fome. Parece que ele descobriu e no mesmo instante perguntou: Esta com fome? ela com a cabeça abanou que sim, ele então sinalizou - vamos descer para aquele milharal, segure firme,pois terei que ser rápido. Ela não viu mais nada, ele em sua velocidade máxima cortou pelas espigas queimando tudo e quando ela acordou estava com um milho tostado em sua mão...hummm que cheirinho bom, e mastigou sem parar até engasgar com um grão e ficar roxa lá no meio sozinha entre tanta plantação.

2 comentários:

Unknown disse...

Dani vc postou o livro inteiro?bj

Daniela Marin disse...

Quem pergunta ? Eu não postei não...mas gostaria de postar com som para deficientes visuais...preciso de uma editora.